domingo, 29 de janeiro de 2017

AMANHÃ, Beija Flor

















Tomarei aquela rua
Asa norte que me destroça!
Asa sul a minha angustia!
Até ela, meus lábios eram santos
depois dela não há sol ou lua.
Até ele, era apenas encanto
hoje saudade sua
para o meu azar ou sorte,
rascunhos da mulher infante.
A lembrança se levanta
atemporal e as horas
esnobando seus encantos!
"Atordoando me agora
a  sua imagem enamorando"
Os feitos antigos do peito
A aflar a flor
Lhe aprazerá a dor de amor
com teu beijo, meu beija-flor?


*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5896838
Imagem Google

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Esse MOÇO Sorrindo














Veio à frente do sol colher os aromas, 
e anunciar as nuances do dia
que eu não conhecia! 
Ao calor do seu Porto, as manobras,
e a amplitude do seu olhar
onde lançar a rede e ancorar...
Trans cedo encantamento! 
Sou a menina dos seus olhos
por seus encantos levada...
Suas mãos cheias de alegorias!
raios luminosos, ondas e maresia 
que eu aspiro como sendo vida!
Deixo a insensatez me tragar...
Embriagada com sua voz
Viajo por entre marolas difusas
Ai é um deus nos acuda!
Me puxa pela cintura e se enrosca
envolvendo-me em um abraço!
Queda sobre mim os seus lábios,
me faz perder os sentidos,
sussurrando coisas, tal qual zumbido
sei lá, talvez tão atrevidas
quanto ao que o seu copo sabe falar...
Dialeto indecifrável além mar.
“Além terra”
- Eu querendo encontrar algo
que tenha trazido comigo pra relembrar.
Talvez amanhã quando acordar...
Talvez eu volte a sonhar...



*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5879263
Imagem by  (Lê)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

INFLAMANDO


Fragmentos em carmim
reformulam essa trama
E o poema combustível
se derrama e inflama.
Invadindo as suas margens
e as meninas se afogando
vazam da face até aos lábios
nos cantos da boca derrama.
Arde o des gosto de amor
no seio a dor retorcendo
e até em um trovador
o peito se torce remoendo”...
Um homem feito de pedra
Uma mulher feita de cera
Na lentidão da alma
Não direi os derradeiros...
Ao passo de um infarto
o desejo ainda impera
É nas digitais da sua arte
que a nudez aqui se revela.

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem do Google
Página do Escritor http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5892645

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Saudade



















Saudade,
Essa que mandei embora
aqui dentro era coisa resolvida,
"A saudade anunciada de agora"
donde rima na partilha da vida?

O presente é uma página latente
saberá do futuro o convite
surpreender com detalhes e laço
e preencher o vazio d’ausência...

Saudade, 
Que atormenta o estado d’alma
Anuviando a sua presença divina
arrasta o reincidente a enxurrada 
e não irriga o ser contido na rima!!

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

EU, POR EU MESMA


Bem sei que a mente
tem das suas firulas,
ainda assim, quero acreditar
que o horizonte é aqui
frente aos olhos.
Então se veja refletido
Ou tchau.
“E se não pareço clara,
Essa tem se tornado escassa
na profundeza do olhar
também n’alma”.
Nas vezes em que afirmo
ser inteira para a entrega,
a ansiedade silencia, 
e a razão grita!
 “Transpareça verdade para somar”.
Se estiver sendo critica demais,
não busco frases insossas
ou nelas apenas quimeras
nem rótulos ou imagem
e, não haverá de parecer
menos nobre a grandeza
do meu amor
claro, simples e raso.

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas 🍀🍀
Página do Escritor : Recanto das Letras

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

QUANDO O AMOR VOS CHAMAR, SEGUI-O


Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.

*Gibran Kalil Gibran

DO AMOR - Gibran Kalil Gibran


DO AMOR
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração
para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.


*Gibran Kalil Gibran
Imagem: Vera Lúcia Bezerra Freitas

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

CARTA AO MAR



















Ei, amor
Se quiseres navegar
no poema deVeras embarcar
e nessa imensidão do a mar
resolver se lançar,
ao devaneio da rede
por moinhos de ventos
seus medos afogar...
Navegue,
que o desejo o atrai...
Nas encostas de cá
havereis de aquieta
ao planar o meu ser tão.
Nas encostas de lá
Entre os teus pilares
como rede vou me armar
desnudando o seu norte,
mergulhando em sua veste azul
mapeando com meus dedos
a costa desse mar...
E, de qualquer jeito
estreitar esse abraço de mar.
 ... Os apuros do peito
Se misturam ao desejo
de em seu corpo aprumar...
Ah!
Meu menino da aldeia
O meu corpo é fulana
É sicrana, que se ajeita bacana
“para esse moço, que direi fulano”
no verso e tramas permear.

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem: Google
Página do Escritor: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5871104